26 abril 2012

"...Todos os dragões eram assim. Todos menos o Samuel. O nosso pequeno dragãozinho era igual aos outros dragões em tudo menos numa coisa. Não era capaz de comer carvão. Nem de o cheirar. Mal lhe chegava à boca tinha vómitos e tonturas. Samuel, o pequeno dragãozinho só gostava de comer nuvens. A princípio ninguém deu grande importância ao assunto. Mas, quando chegou à idade de aprender a deitar labaredas pela boca, foi com grande espanto que os pais e todos os outros dragões se aperceberam de que o Samuel, em vez de fogo, deitava rios e rios de água pela boca...."

A noite em que a noite não chegou
José Fanha

Decidimos continuar a história. Aqui ficam algumas sugestões:


Um dia o dragão Samuel, cansado de viver isolado, pôs os pés ao caminho, à procura de outro sítio para viver.
Quando deu conta, estava perdido e cheio de fome. Encontrou uns frutos silvestres que comeu e o ajudaram para mais uma caminhada.
Quando deu por ele, viu uma placa que dizia «TERRA DOS DRAGÕES». Lá fez muitos amigos e viveu feliz para sempre.
M.Carvalho

Um dia o dragão Samuel passeava pelas nuvens quando de repente ouviu um som e foi ver de onde é que vinha. Era um dragão a comer! Mas não era carvão, nada disso! Foi então que os seus olhos flamejantes de dragão viram uma coisa nunca vista no país dos dragões: um dragão a comer flores! Mas não eram quaisquer flores, eram as mais coloridas e mais giras.
Em vez de cuspir labaredas ou fios de água como ele, cuspia  belos arco-íris .
Foi então que o Samuel percebeu que não era o único dragão diferente no país dos dragões.
R.Lavandeira
Era uma vez um dragão que vivia num país lindo. Ele tinha dois amigos: o coelho Tomás e o pássaro Carochinha.
Certo dia a casa do Tomás pegou fogo e o Carochinha telefonou ao dragão para ir ajudar. Ele foi a correr para a casa do Tomás, quando lá chegou, abriu a boca e, em vez de deitar labaredas, deitou água e apagou o fogo.
A partir daí, sempre que havia um incêndio, o dragão era chamado para o apagar.
E.Martins
O dragão Samuel não sabia cuspir fogo só cuspia fiozinhos de água.
Um dia, quando passeava pela floresta, o dragão Samuel encontrou outro dragão que lhe perguntou porque é que estava triste. Ele respondeu-lhe que estava triste porque não sabia cuspir fogo. O outro dragão disse-lhe para não ficar triste porque ele ia ensinar-lhe a cuspir fogo. Alterou a sua alimentação e, em vez de comer nuvens, começou a comer carvão. A partir dessa altura começou a cuspir fogo.
A partir desse dia os dois dragões tornaram-se amigos.
R.Freixo

O Samuel não era um dragão como todos os outros que deitavam labaredas pela boca, ele deitava um fiozinho delicado de água. O dragão regava as flores mais bonitas e raras da montanha.
Os animais, como gostavam dele, fizeram-lhe uma festa e pediram-lhe para ele ficar a viver na montanha para sempre.
V.Lopes




19 abril 2012

Semana da Leitura

Integrada na Semana da Leitura e em articulação com a iniciativa Contornos da Palavra da Biblioteca Municipal de Viana do Castelo, recebemos a visita do escritor e ilustrador Pedro Seromenho.
Aqui ficam alguns momentos...






02 abril 2012

Dia internacional do livro infantil

Era uma vez um conto que contava o mundo inteiro
(mensagem oficial)


Era uma vez um conto que contava o mundo inteiro. Na verdade não era só um, mas muitos os contos que enchiam o mundo com as suas histórias de meninas desobedientes e lobos sedutores, de sapatinhos de cristal e príncipes apaixonados, de gatos astutos e soldadinhos de chumbo, de gigantes bonacheirões e fábricas de chocolate. Encheram o mundo de palavras, de inteligência, de imagens, de personagens extraordinárias. Permitiram risos, encantos e convívios. Carregaram-no de significado. E desde então os contos continuam a multiplicar-se para nos dizerem mil e uma vezes: "Era uma vez um conto que contava o mundo inteiro…"

Quando lemos, contamos ou ouvimos contos, cultivamos a imaginação, como se fosse necessário dar-lhe treino para a mantermos em forma. Um dia, sem que o saibamos certamente, uma dessas histórias entrará na nossa vida para arranjar soluções originais para os obstáculos que se nos coloquem no caminho.

Quando lemos, contamos ou ouvimos contos em voz alta, estamos a repetir um ritual muito antigo que cumpriu um papel fundamental na história da civilização: construir uma comunidade. À volta dos contos reuniram-se as culturas, as épocas e as gerações, para nos dizerem que japoneses, alemães e mexicanos são um só; como um só são os que viveram no século XVII e nós mesmos, que lemos um conto na Internet; e os avós, os pais e os filhos. Os contos chegam iguais aos seres humanos, apesar das nossas grandes diferenças, porque no fundo todos somos os seus protagonistas.

Ao contrário dos organismos vivos, que nascem, reproduzem-se e morrem, os contos são fecundos e imortais, em especial os da tradição oral, que se adequam às circunstâncias e ao contexto do momento em que são contados ou rescritos. E são contos que nos tornam seus autores quando os recontamos ou ouvimos.

E também era uma vez um país cheio de mitos, contos e lendas que viajaram durante séculos, de boca em boca, para mostrar a sua ideia de criação, para narrar a sua história, para oferecer a sua riqueza cultural, para aguçar a curiosidade e levar sorrisos aos lábios. Era igualmente um país onde poucos habitantes tinham acesso aos livros. Mas isso é uma história que já começou a mudar. Hoje os contos estão a chegar cada vez mais aos lugares distantes do meu país, o México. E, ao encontrarem os seus leitores, estão a cumprir o seu papel de criar comunidades, de criar famílias e de criar indivíduos com maior possibilidade de serem felizes.

Francisco Hinojosa
(trad. Maria Carlos Loureiro)